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Mano enxerga Corinthians confiante, mas não se ilude: “Ainda não temos que olhar lá para cima

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Mano Menezes conquistou uma vitória como anfitrião na Neo Química Arena pela primeira vez em nove anos. Depois de acumular três empates seguidos em suas primeiras partidas como mandante pelo Corinthians, enfrentando Flamengo, América-MG e Santos, o treinador gaúcho só pôde desfrutar dessa experiência na noite de quarta-feira, quando derrotou o Athletico-PR por 1 a 0 na 31ª rodada do Campeonato Brasileiro.

A ausência de resultados estava tornando os jogos mais tensos para o Timão, mas Mano Menezes notou um aumento no nível de confiança dos jogadores desde o final de semana, quando empataram em 1 a 1 com o Santos.

– A gente tem bastante rodagem no futebol para entender as dificuldades que uma equipe passa, o que isso significa em termos de pressão construída pela gente mesmo, não é nem pelo torcedor. Você se sente assim quando os resultados vão se adiando, aumenta o grau de dificuldade para os pontos.

– O que mais nos tranquilizou foi aquilo que a equipe fez no domingo, senti que a equipe saiu confiante do clássico, mesmo não tendo conseguido vencer. Ela sentiu que jogou melhor, que entregou um jogo mais qualificado, esse é sempre o caminho para a retomada. Às vezes demora um pouquinho mais, às vezes vem num jogo em que você nem foi superior, mas isso aumenta a confiança interna de atingir o objetivo mínimo que se coloca na nossa frente nesse momento – afirmou o técnico.

O desfecho elevou o Corinthians a 40 pontos na classificação, afastando a equipe ainda mais da região de rebaixamento. No entanto, Mano Menezes acredita que é essencial manter a humildade neste momento:

Veja mais trechos da coletiva:

Final de jogo mais maduro pós-clássico

– Apesar de na nossa avaliação o gol do clássico ter se originado de um lance irregular, a gente estava sofrendo um grau de dificuldade maior nos últimos minutos, não estava retendo a bola. Hoje optei por tirar um dos meias só, deixar o Giuliano com a maturidade, compensa um pouco esse momento, senão começa a ficar tenso, os jogadores começam a tomar decisões erradas de forma técnica e tática. Também trocamos um atacante para segurar a bola na frente, para que ela não voltasse tanto, Yuri estava desgastado. A equipe vai encontrando soluções e o treinador vai encontrando soluções. Você aprende muito a cada jogo com o grupo que você tem, começa a conhecer a reação dos jogadores nesses momentos de dificuldades, como passamos domingo e hoje de novo. Tem jogadores que sentem, que não estão maduros, e tem outros que dão sustentação.

Importância da vitória

– Eu não conheço nenhuma equipe no mundo que evolua perdendo, é muito difícil. Você defende uma ideia de jogo, vai para o jogo e perde. Defende de novo, vai para outro jogo e perde. Você vai perdendo credibilidade. Na medida que o resultado vem vindo, os jogadores passam a acreditar mais naquilo que a gente está defendendo para ele. Chama-se confiança, e confiança no futebol é tudo. Com a vitória, passam a ser seis jogos de invencibilidade

Análise do jogo

– A gente tem trabalhado bastante nisso, a organização tática nessa hora tem que sustentar a pressão, o volume de jogo que o adversário teve maior do que o nosso. Depois, acho que melhoramos no segundo tempo, conseguimos adiantar um pouco mais para pressionar mais. Nosso problema no primeiro tempo foi tático, não foi técnico. Saímos com ideia de aproximar mais o Bidu do Cuello e não conseguimos fazer isso no primeiro tempo. Resultado: tivemos que baixar o Romero para acompanhar o Cuello. Bidu ficou sem função defensiva num primeiro momento, isso fez com que eles tivessem muito a posse de bola, ficamos longo para atacar, atacamos pouco, três, quatro bolas. Quando conseguimos chegar, chegamos bem, mas chegamos pouco. Eles estavam sempre com um homem a mais no setor de primeira construção, consequentemente no meio também.

– No segundo tempo corrigimos, conseguimos adiantar mais e tiramos a tranquilidade deles de trabalhar a bola, conseguimos ter mais oportunidades, Yuri teve duas oportunidades, tivemos uma com Wesley, que bateu bonito. A gente foi se aproximando e se colocando como pretendente da vitória, isso fez a diferença, fomos uma equipe madura na maior parte do tempo. É uma evolução necessária para esses jogos, estamos jogando contra um adversário que está lá na frente da tabela com méritos, que raramente passa um jogo sem marcar, terceira equipe que mais conclui. A gente venceu essa equipe, é importante nesse momento que estamos atravessando.

Vaga na Sul-Americana

– A Sul-Americana é relativamente alcançável para todos que estão no bolo, existe uma proximidade de pontuação, se você conseguir cedo da pressão e fazer parte do grupo de cima vai estar na Sul-Americana. É uma coisa que naturalmente pode acontecer, sem ser a preocupação primeira neste momento. A preocupação primeira é sairmos da situação em que estávamos e nos afastarmos dos últimos colocados.

Falta de encaixes no início

– São questões táticas de diferentes jogos. Você tem uma equipe, uma ideia básica, mas tem que fazer pequenas adaptações em função das virtudes de cada adversário. Enfrentamos um adversário com linha de três, com dois atacantes de ala: Cuello e Canobbio. Dois jogadores agudos, que se você deixar dominar a bola e partir para cima, vão criar problema. Ficando afastado, além de deixar receber, você vai liberar em algum outro lugar outro jogador. Está sobrando um seu na última linha e faltando um na primeira linha. Tudo o que um adversário que trabalha a bola com qualidade, como Athletico, quer é sair sem pressão. A gente não estava conseguindo fazer pressão. Ou sobrava o Cacá, ou sobrava Thiago Heleno, o Esquivel do lado de cá… Quando tentamos subir com o Renato, para encontrar Cacá, deixávamos Fernandinho ou Erick um pouquinho mais à frente, aí é pior. Isso vai desencadeando um desencaixe natural do jogo, é o que você procura fazer hoje, estabelece superioridade numérica em setores. Eles estavam fazendo bem, um pouco por culpa nossa, um pouco por mérito deles. Encaixar isso foi desejo nosso no intervalo, tanto que a equipe melhorou sem precisar mexer em peças. É normal, a gente estuda do lado de cá, eles estudam do lado de lá, todo mundo tenta fazer valer suas virtudes e esconder os seus defeitos.

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